A história da Áustria está profundamente entrelaçada com a trajetória da Casa de Habsburgo, uma das mais duradouras e influentes dinastias da Europa. Originária do século XI, a Casa de Habsburgo ascendeu ao trono do Sacro Império Romano-Germânico no ano de 1273 com a eleição de Rodolfo I, estabelecendo as bases de um legado que moldaria a política europeia por séculos.
Ao longo das gerações, os Habsburgos consolidaram vastos territórios, promovendo a unidade imperial, a defesa da fé católica e o florescimento das artes e ciências. Com Carlos V e seu irmão Fernando I, a dinastia dividiu-se em dois ramos: o espanhol e o austríaco, sendo este último o responsável direto pela formação dos domínios que deram origem ao Império Austríaco em 1804.
Sob Francisco I, o Império Austríaco foi formalmente proclamado em resposta ao avanço napoleônico, e mais tarde, com Francisco José I, viveu-se uma longa e marcante era de estabilidade. Em 1867, o império transformou-se em Império Austro-Húngaro, expressão da diversidade étnica e cultural de seus povos. A monarquia perdurou até 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial e a abdicação do Bem-Aventurado Carlos I, último imperador reinante.
Após a queda do trono, os Habsburgos permaneceram como guardiões da herança espiritual e histórica do império. Otto von Habsburg, primogênito do imperador Carlos I, nasceu em 1912 e tornou-se símbolo da continuidade moral da dinastia. Intelectual, eurodeputado e defensor fervoroso da unidade europeia, Otto I não reivindicou o trono, mas exerceu um papel essencial na reconstrução do prestígio da família e na promoção de uma Europa fundada em valores cristãos.
Hoje, os sucessores de Otto I mantêm viva a memória da monarquia austro-húngara, não como projeto político, mas como testemunho histórico de serviço, fé e compromisso com a dignidade humana e a unidade dos povos.